domingo, 23 de dezembro de 2012

Abraço.

Abraço

A única coisa que eu gostaria agora é de um abraço.
Daqueles abraços fortes e verdadeiros.
Queria não sentir dor e tristeza, fragilidade e desamparo.
Gostaria de um abraço significativo e poderoso.
Que me livrasse das lembranças nocivas.
Um abraço carinhoso que reflita
a saudade contida,
a beleza escondida,
o beijo disfarçado,
o cuidado forçado,
o amor embutido,
o viver escoltado [ao lado teu].

Marilia Duka-
23.12.12

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Saudade.

Saudade de você. Saudade de te dar um abraço bem forte. Saudade de te ver e ver-te olhando para mim. Saudade das suas piadas horríveis e bobas. De te ver dirigindo rápido como se estivesse trocando a marcha de algo muito mais pesado que um carro. rs
Saudade de ver você decidindo as coisas e falando "faz isso, isso e aquilo. Agora vamos". Saudade de você sorrindo, olhando-me com canto do do olho e me matando por isso. Saudade de te ouvir falando baixo e de te ver dormindo e se mexendo milhões de vezes. Saudade dos nossos almoços corridos, das pizzas e lanches à noite. Das nossas aventuras de sair de casa meia-noite. Saudade. Saudade. Saudade. Saudade. Saudade. Saudade. Saudade. Saudade. Saudade.

u-u

Lembro da primeira vez que ficamos. 18 de maio. Estávamos na cozinha de uma republica que só tinha 4 pessoas no momento, nós e mais dois que estavam sei lá onde.
Lembro que nos abraçamos perto à pia. E eu te dei um beijo na bochecha, fui subindo a fim de te encher o rosto de beijos, ao voltar a bochecha, você ergueu a cabeça ao meu encontro e nos beijamos. Confesso que minhas pernas estavam bambas e meu coração aceleradíssimo, não sabia muito o que fazer então te dei um beijo na testa e perguntei, primeiro se você estava bem e depois se queria uma cerveja. Esse diário simplesmente surreal e algo do tipo que eu pensei nunca acontecer de novo, de tão perfeito que fora. Mas ao passar de 9 dias, dia 27 portanto, lá estávamos nós, na sua casa. E para variar eu estava tão tímida que quase não falava, mas não conseguia parar de te olhar, de tão linda que estava. Naquele frio, vestia uma camisa que tendia para o vinho e um casaco de "vó" preto por cima. Impecavelmente perfeita. Lembro que foi até me buscar.
Confesso que nunca entenderei porque alguém como você está com alguém feito eu, porém, na impossibilidade de obter uma resposta, contentei-me com o inexplicável. Fico aqui pensando em como adoro o que você faz comigo, como consegue fazer com que eu me apaixone a cada segundo que passa, em como me faz bem e me trata bem. Às vezes penso que isso é uma ilusão, que você é a invenção de um Gênio Maligno para me enganar. Às vezes penso que você é uma miragem ou um sonho.

just a note for "good night"

You shall not to worry, if something goes wrong, I'll fight for you. Whatever it takes, I'll do it. I won't let you down, I won't let them tear us apart. By the simple fact that you have me, you got me and I'm completely yours. Unless you ask me, I won't give up, ok?
I'm in love with you, I love you [and since May] I always have. You brought to life again, make me happy and I really feel like that is someone looking after me, you know?
I'm sorry for this moment of dispair, but I miss you and I have already watched too much Gossip Girl. hahahahaha
Love you, don't you e-v-e-r forget!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

6 meses numa galáxia muito distante daqui

6!
E neste tempo todo, ah... como você me fez crescer. Como crescemos e aprendemos a lidar com alguns problemas de convivência, de tempo, da vida. Você me fez alguém melhor, muito melhor. Engraçado porque ainda somos duas crianças brincando e gosto assim. Gosto de como rimos feito crianças, de como nos divertimos com coisas bobas.
Sei que tivemos um momento de desiquilíbrio nesta nossa corda bamba. Mas sabe, foi bom ter acontecido, foi bom termos percebido que podemos superar situações assim e seguir em frente. É como se tivéssemos passado por uma prova, da qual nos saímos bem.
Você me ensinou a ter coragem e força de seguir em frente para fazer o que tem que ser feito. A dizer "não" de vez em quando e ser forte. E espero que eu tenha conseguido te passar algo nesse meio ano que passou. Sinto que finalmente encontrei alguém que valha a pena, que me faz feliz e me trata bem. Que me faz sorrir apenas ao te olhar. Que me encanta com cada gesto e que torna o "estar apaixonada" algo constantemente renovado, o que é simplesmente fantástico.
Acho que só posso te agradecer e te falar que você me faz a pessoa mais feliz do mundo.
Já sinto sua falta, como se estivéssemos há dias e dias sem nos ver. Espero que estes 16 dias passem voando, para que possamos nos teletransportar para nossa galáxia e lá ficar, sem nenhuma preocupação e para que eu possa fazer tudo o que você quiser e quando quiser.
amo você e isso basta,
sem mais.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

I'm done.

O fato é: eu sou idiota e gosto de me fazer sofrer quando não tem por que. Não sei, acho que é puro masoquismo com uma boa dose de egoísmo. Ou um tanto escondido de medo. Mas estou cansada.
Não é que cansei de você estritamente, pelo contrario, gosto muito de você. Muito mesmo. Mas talvez ainda não tenha me recomposto daquela semana estranha que passamos. Talvez eu esteja exausta de tudo e precise de um tempinho só para mim. Sabe? (Não, isso não significa pedir um tempo, terminar ou qualquer coisa assim. É só uma hipótese do que eu preciso agora) Um tempo de se isolar no quarto sem me preocupar com nada, nada além de: "quantas horas fiquei dormindo?". Ou algo parecido com isso.
Preciso de um descanso dessa vida nova de ter que fazer tudo e cuidar de tudo sozinha. De ter que arrumar tudo, cuidar de mim, tentar te ajudar com o que precisa, cuidar do Martin, cuidar da casa, ir para a faculdade... Fazer tudo sozinha, isso está me esgotando. Pode parecer frescura para você, mas eu não fazia nada, sempre tive quem fizesse por min, quem agüentava todos os meus pitis. E do nada, arcar com todas as responsabilidades é bem difícil. Depois a dificuldade passa ao nível de chatice, que por sua vez se transforma num estado de tédio e depressão, que finalmente vira um sentimento horrível de incapacidade e desespero.
E acabo transferindo isso para todas as esferas, porque... De certa forma atinge todas elas. Ver você chegar e dizer que o balcão está bagunçado não ajuda bem um pouco, muito menos ver você ir embora todos os dias... Ai o que eu faço? Depois de grandes exercícios mentais, levanto e vou arrumar o balcão, afinal, estava bagunçado. E por ai vai tantos outros exemplos... E isso é difícil, cansa. E cansa muito. Preciso de um tempo dos esforços cansativos, da vida "autônoma", de fazer tudo, de entender o tempo todo... Preciso da minha casa, das minhas mordomias, do bar da rosa, da minha mãe, dos meus pitis, da minha cama, meu quarto, do armazén, do aeroporto, do meu sofá. Preciso de um tempo das responsabilidades, de ser forte, de aguentar...
E simplesmente não sei como te falar isso do jeito mais amistoso possível, porque ultimamente tenho me irritado com tudo, tudo, tudo. Não tem a ver só contigo, pelo contrario, tem a ver com a vida que levo aqui... Que para alguém como eu, é algo absolutamente difícil e solitária. Sei que posso contar contigo, mas não posso fazer isso o tempo todo- e sim, eu sei que seriam essas as condições, antes que resolva me lembrar, mas no momento preciso de um pouco [muito] mais que isso.
(e pensar e sentir essas coisas todas tem me deixado com a cabeça em outra galáxia, que não é a G3549-t)
=\

Quase...

Saudade. Fico lembrando de maio e junho. Lembrando das musicas, dos seus olhares provocativos, das minhas confusões e inseguranças. Das expectativas, das cenas criadas na cabeça. Dos sonhos.
Saudade daquele dia 18. Dos movimentos inexatos e ansiosos... Das risadas, do "não saber o que fazer"...
Saudade, de você aqui, agora.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

[in]decisões confusas de uma Terça e Quarta feira de madrugada

Engraçado como você está matando tudo de pouco em pouco... Como suas ações falhas superam as boas. Como você perde, a cada dia, aquilo que me fazia apaixonar. Engraçado como as coisas que fala se tornaram cansativas e as que escuta raras.
Estranho como o tempo te diminuiu, quando deveria aumentar. Estranho como a metonímia se inverteu e agora o conteúdo se troca pelo continente- isso é algo triste de se acontecer a uma pessoa. É como se o copo d'água se esvaziasse numa vazão maior do que deveria.
Estranho como as surpresas já não importam e surpreender é irrelevante. Estranho fingir que está tudo bem quando não está. Não sentir mais aquele ânimo e o pouco que sente, quando sente, é tão efêmero comparado ao estrago da rotina que não se pode aproveitar o momento de deleite.
Confuso saber que gosto de ti, mas não saber a intensidade outrora definida. Mais ainda é saber que quero continuar e fazer tudo dar certo novamente [de um jeito mais divertido, intrigante, sedutor, dinâmico e apaixonado], mesmo quando quase tudo aponta à desistência.
Difícil perceber quão tênue é a linha de felicidade demasiada e decepção angustiante. Difícil achar um meio termo, que não seja nem demais de muito pouco, uma equidade. Difícil assumir que pode ser puro egoísmo e orgulho. Ou que não importa o que você faça, talvez eu tenha simplesmente cansado e esteja precisando de um tempo [como as férias] para sentir sua falta e lembrar por que me apaixonei.
Talvez eu queira tanto que isso dê certo e acabei por me exaltar e cometi erros idiotas e forçosos. Na minha ânsia de te ajudar, devo ter falado o que não devia e de um modo que não era apropriado. Isso pode ter piorado tudo.
Mas sei que sou mais forte do que isso e vou continuar tentando, porque ainda acho que você vale a pena. Ainda sinto que não posso entregar tudo sem lutar, lutar e lutar. E não me chame de orgulhosa [mesmo eu sendo] porque todos os dias eu engulo meu orgulho e continuo apostando em nós.
Não vou desistir porque 1) talvez eu não tenha feito o suficiente; 2) não sou tão idiota para deixar escapar; 3) ainda posso fazer mais do que faço, se é o que precisamos; 4) não digo "eu te amo" à toa.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

"I can't scape, I'll love you til the end"

Saudade. Saudade das nossas coisas fáceis como eram, tranquilamente pacíficas. Saudade de ter você aqui todos os dias. De ter nossos problemas resumidos a, digamos, um eventual novo conhecimento específico. Saudade de ter crises de risos, dos silêncios imensos e confortáveis.
Você costumava ser aquela pessoa que não decepcionaria, que não me deixaria mal- pelo contrario, faria de tudo para me ver bem, se possível, o tempo todo. Que me arrancaria sorrisos inexplicáveis. Você seria a pessoa que me faria viver de novo e me fazer perguntar, todos os dias, por que alguém como você estaria com alguém como eu!
Mas a perfeição não existe.
Você fez tudo isso que propôs e lhe sou eternamente grata. O primeiro problema é que nesse ultimo mês você me deixou tão mal quanto estava no começo do ano. E o segundo é que você tem me feito mal, mas a sua ausência me faz pior.
Essa dicotomia me exige tanto, exausta-me. Faz-me querer-te e não te querer ao mesmo tempo. Dói e me deixa confusa. Você não faz ideia de como está difícil lidar com isso tudo. Ver você aqui e querer te abraçar e ao mesmo tempo te implorar [em silêncio] por distância.
Parece-me que o segundo problema supera o primeiro. Já não posso escapar. Preciso de você... não... Quero você. Precisar não é adequado porque preciso de pessoas em geral, querer é facultativo. Não consigo ficar tanto tempo longe, quase nada, na verdade.
Por isso decidi fazer o que falei-te. Você me fez sofrer bem mais do que imagina, sei que não foi sua intenção [e me alivio por sabê-lo], todavia, ma petite, você sofrerá com as consequências de tê-lo feito. Não são de todas ruins, mas precisará muito mais do que uma rosa [e outras coisitas mais] para que eu volte ao normal. Portanto, prepare-se porque se antes você fazia de tudo, agora terá que fazer [quase] o impossível.

P.S.: amo amo amo amo amo amo você [mesmo assim].

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

porque meu coração é uma ilha...

Estou naquele momento no qual tudo que penso sentir, tudo o que quero escrever e falar Drummond, Fernando Pessoa ou Clarice já o fizeram. É triste, devo admitir. Por segundos imprecisos me vem à cabeça aquela sensação de inutilidade e incapacidade literária. Exporto-me do mundo, sou o mundo, temo o  mundo. Exporto-me de mim, transformo-me em outrem, tenho tantos "eus" que já não sei dizer quem fora o original, o primogênito, o escolhido [estranho que para mim todos esses adjetivos sempre escolhem uma pessoa só, embora sejam  tão diferentes]. E, por último, mergulho em mim, torno-me um imenso e escuro oceano, cheio de segredos e perigos, dos quais não consigo entender. Recuo-me em ilha, nego a ilha, recuso, crucifico, perdoo, refaço, renego, questiono, exponho, respondo, às vezes penso que sou a ilha e todos os meus movimentos aporéticos se resumem nos meus próprios sentimentos atônitos, tortos, risotos.

Depois de encarar o fato de que, ok, admito perder para eles, afinal, são os grandes, os ídolos... Acho que as regras sociais de realização das suas ambições admitem perder para os mestres. As regras sociais sim, o ditado oriental não. Mas o que fazer?  Não se pode agradar aos gregos e troianos... Chega de enrolar, mais que na hora de postar algo digno de ser lido por alguém da... desses lugares aleatórios que aparecem nas estatísticas, como... Tibet, Bielorússia, Zaire, Rússia, Alasca... E por aí vai...
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Sinto. O coração aperta, deprime, contrai, pulsa, pulsa, pulsa. Usa, abusa, pulsa, dói. Afoga-se em tantas agonias e bate tão ofegante, rouba o oxigênio designado à respiração. Já não respiro mais, suspiro. Grita, pulsa, pulsa, pulsa. Clama por atenção. Dilacerado, quebrado, partido, rompido, esmagado, estraçalhado. Pulsa, pulsa, pulsa, luta e tenta recolher as migalhas. Corta-se nos próprios cacos. Dói. O sangue novo escorre e limpa o velho. Arde.
Já não respiro, suspiro. Lamento. Choro em silêncio e me confundo com a água da torneira aberta, quieta, esbelta. Nome já não tem. Tristeza, beleza, melancolia, cólicas e cotovias. Apenas sinto e não devia, não devo. Pulsa, pulsa, pulsa. As folhas caíram mas o tempo não passou, se passou foi enganado, mascarado, forçado.
Os dias se estendem comprimidos, decididos, infinitos, sucumbidos. As lembranças se perpetuam. Pulsa, pulsa, pulsa, dói. Simplesmente me vejo impossibilitada de jogar a gaita pelo ralo abaixo. De dissolver a voz na chuva. De trancar a imagem num baú e perder a chave. Pulsa... e pulsa agoniadamente rumo ao desespero de não ter e perder. Todo o sentimento: em papel rasgado.

[...] a centenas de milhas daqui.

domingo, 2 de setembro de 2012

Enquanto isso, numa galáxia bem distante daqui

É... Faz um tempo que não escrevo... Ócio do ofício.. Mas devo dizer que tudo vai bem, muito bem. A saúde vai bem, a mãe, o cachorro, a tia, o passarinho, vão todos bem... Aqui na Terra tem muito samba e muito show de rock'n'roll, uns dias chove noutros bate sol...
Mas quero falar de outro lugar...
Enquanto isso na Galáxia G3549-t... Lá, digo, aqui vai tudo perfeitamente lindo... Cada olhar exprime a mais bela obra de arte contemplada num único ser. Cada risada é designada à euforia interna de se saber que está feliz. Cada suspiro ofegante é associado a momentos de êxtase incansável. Cada abraço significa a maior demonstração de carinho e cuidado que poderia receber e de forma mais terna. Cada palavra emite som de afeição e encantamento.
Aqui nessa galáxia, coca-cola e ruffles demonstram atos recentemente passados. Flores são presentes magníficos e surpreendentes. Sinto, de vez em sempre, que aqui a gravidade é maior... Mas não entrarei nessa questão por incapacidade de versatilidade [momentânea] com as palavras...
Aqui as imagens do futuro são mais reais e fascinantes. Os planos são sonhos daqueles que pedimos para não acordar. Os toques e os gostos são intensificados e passados à outra esfera. As viagens separadas são longas e sofridas... Já as acompanhadas são rápidas e inesquecíveis. A saudade dói... Mas alimenta a alma ao mesmo tempo. Os teletransportadores quebrados dificultam a vida, mas as permissões dos caras lá de cima suprem essa dificuldade. Na verdade, essas permissões às vezes nos fazem ficar confusas... Mas vai saber, eles é quem decidem o que e como fazer...
Aqui o amor não sofre, não chora, não arde, não sucumbe... Aqui o amor é serene e alegra até os mais tristes pensamentos.
E aqui o tempo voa...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Happy together..

Sono, cadê?

Happy Together- The Turtles

Imagine me and you, I do
I think about you day and night
It's only right
To think about the girl you love
And hold her tight
So happy together

If I should call you up
Invest a dime
And you say you belong to me
And ease my mind
Imagine how the world could be
So very fine
So happy together

I can't see me loving nobody but you
For all my life
When you're with me
Baby the skies will be blue
For all my life

Me and you
And you and me
No matter how they tossed the dice
It had to be
The only one for me is you
And you for me
So happy together

I can't see me loving nobody but you
For all my life
When you're with me
Baby the skies will be blue
For all my life

Me and you
And you and me
No matter how they tossed the dice
It had to be
The only one for me is you
And you for me
So happy together
So happy together
How is the weather
So happy together
We're happy together
So happy together...

(espero que goste da surpresa..)

sábado, 11 de agosto de 2012

trilha sonora de uma sexta virando sábado

música:
babe I'm gonna leave you- Led Zeppelin

situação:
hm.. essa é uma postagem um tanto quanto especial... Talvez para alguma comemoração ou feito muito importante, não sei.. devo descobrir em algum tempo se ninguém me contar antes...
Mas pensemos assim..
Mais ou menos 00h00.. tirei a introdução dessa música, e estava sentada na cama tocando... com a minha camiseta preta de Brighton que uso para dormir e/ou ficar em casa... Você levantou da cama, vestiu minha camisa xadrez vermelha [que cá entre nós, veste-lhe muitíssimo bem], acendeu um cigarro, foi até a geladeira pegou uma das suas garrafinhas de cerveja, vejo-te colocar a garrafa sobre a pia e abri-la, falando "ó, torque, tá vendo?" e ao mesmo tempo segurando o cigarro com a mão esquerda que segurava a garrafa.
I'll leave when the summertime
Leave when the summer comes a rolling...

Você me olhava tocar, de pé ainda com o braço esquerdo apoiado na pia, o cigarro trocara de mão e dividia espaço com a cerveja... Parei de tocar pela impossibilidade de ver-te ali e não fazer nada. Coloquei a música para tocar no meu celular da parte onde havia parado de tocar...
A pia estava limpa, todas as louças guardadas, exceto duas canecas que estavam do outro lado e um garfo.
I know, I know, I know
I never never never never never gonna leave babe

Sim, é uma informação essencial. A pia estava limpa o suficiente.
Edigamosquevocênãoestavamaisempé.
We gonna go, walking through the park every day
What I say, every day, it's really growin

sábado, 4 de agosto de 2012

sábado de manhã

Sábado de manhã. Acordei cedo. 9h42min. Contra a minha vontade, como sempre. Consegui levantar da cama 10h01min, tomei um café da manhã quase desprezível na impossibilidade de ter paciência e disposição para preparar algo digno de se comer. Tomei banho e me arrumei, saímos de casa e viemos para a unesp, mamãe precisava trabalhar em algo que não fui capaz de prestar atenção.
Mas sabe, meu amor, sábados de manhã costumam me lembrar do futuro. rsrs
Sim, digo, lembrar dos planos para o futuro e toda aquela mesmice de sempre "o que vou ser, o que quero fazer", contudo, dessa vez me foi diferente a lembrança. Não pensei exata e exclusivamente em mim... Pensei em nós, como estaríamos num sábado de manhã passeando com o cachorro [não vou abolir a ideia de um cachorro, não adianta rsrs] no seaside em Brighton... De certa forma a cor do sábado de manhã e de como a luz do sol incide e reflete nas coisas daqui fazem uma similaridade saudosista com a paisagem de lá.
Pensei num bom café da manhã ao velho e bom som de Louis Armstrong [hoje ele faria 111 anos, btw], com direito a um café do Starbucks ou do Nero e cookies de chocolate do Tesco, todos ali, da Palmeira's Square. Pensei também em uma ida até Rottingdean, que é do lado, ir ao parque da igreja, comer um cream tea... Ah, boas lembranças que tive do futuro nessa sábado de manhã, fez-me tão feliz a memória que até esqueci me encontrar num período matutino.
sinto saudade, tanto de ti como desse próximo você.
amoamoamoamoamoamoamoamoamoamoamoamoamoamoamoamovocê.



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sen. X

Enquanto isso na galáxia G3549-t eu fico aqui pensando que saudade e desejo são dois sentimentos concomitantes mas que não se combinam... A saudade deixa o desejo saudosista e o desejo faz a saudade aumentar.
Provoca-me essa insônia misturada com cansaço... Traz-me recordações de horas passadas... E leva meu sono de outrora a uma plataforma de incansáveis inquietações que deformam a calmaria dos lençóis. Arranca-me exclamações e alguns imperativos mal mandados. Porque se fossem bem aplicados já estaria dormindo há duas horas...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Galáxia G3549-t

Tudo bem... Talvez agora eu consiga escrever um pouquinho do muito que gostaria.
Vivo aquele momento no qual pareço dividir o mundo em duas situações, uma na que vivo em outra galáxia, acompanhada da melhor companhia, com sentimentos fantásticos e sensações absurdas e abstratas, embora os feitos sejam bastante concretos. E a outra num lugar saudosista da primeira situação, onde as coisas do mundo real acontecem e as pessoas são tão previsíveis quanto o choro de um bebê com fome- se bem que até o choro de uma criança parece ser mais enigmático do que as ações alheias.
E para ser sincera, sobre a segunda situação que me vejo obrigada a viver em alguns períodos do dia, devo dizer que pouco me importa a relevância da mesma para que seja por mim escrita. Quero falar sobre a primeira...
Naquela galáxia distante onde teletransportadores funcionam, colchões de ar são confortáveis e todas as garagens possuem cômodos úteis aos moradores dos edifícios. Onde nossos olhos podem fotografar o que vêem, onde o cheiro da roupa guardada no armário se perpetua de lembranças, onde palavras realmente possuem significados e sentidos e as ações objetivam e [quiçá] superam o feito das palavras...
Nessa galáxia as cores são vivas, os ruídos formam melodias sofisticadas, os carros trazem impressões do motorista, as paredes são marcadas por impressões digitais, as cobertas são cortinas, os botões são obstáculos divertidos, os barulhos externos são aliados, a fala esconde o êxtase (quando precisa ser escondido) e o coração disparado acoplado à respiração ofegante tornam-se um cotidiano necessário.
Neste lugar tão distante- dessa coisa que chamamos de Terra- a saudade é meu pior inimigo e ao mesmo tempo um dos melhores temperos... A saudade é como... Como manjericão... É forte e intenso, quando tempera com ele o gosto fixa e muda completamente o sabor, mas se usar muito estraga a massa... Você bem mais sabe do que eu sobre isso... E sabe também como fazer bom proveito da canela para apaziguar a tempestade de saudade...
Sabe meu amor, na nossa galáxia as coisas simples adquirem outro sentido... E temos criado algo tão especial... Tão nítido e lindo... É mais bonito que a via láctea, mais elegante que os anéis de Saturno, mais exótico que o azul de Netuno e mais emblemático que a existência de água em Marte.
Você é mais que tudo isso, surpreende-me a cada instante, encanta e me faz perguntar como consegui estar com alguém que perpassa todos os estágios até chegar à perfeição...
Na nossa galáxia o tempo percorre por infinitos caminhos antes de chegar ao nosso relógio, faz nossos minutos durarem horas, pois aproveitamos cada milésimo existente. E nela temos um céu completamente novo para contemplar, um sol só nosso, com estrelas e constelações que nos apontam a qual direção desejamos ir...
"I carry your heart with me, I carry it in my heart, everywhere I go, you go... My true."

terça-feira, 3 de julho de 2012

Boa noite, bom dia.

Bom dia ma petite. Espero que tenha dormindo bem e sonhado comigo.. Ta.. É pedir demais, mas não custa tentar... Haha
Você tem essa... Essa coisa que não sei o nome, mas que me deixa bem toda vez que falo contigo, independentemente do que tenha outrora acontecido... Basta-me ouvir-te dizer algumas coisas, sua voz me acalma, seu jeito de falar comigo me tranquiliza... Faz passar todos os tormentos e pensamentos ruins...
Adoro quando fala sussurrando e quando diz sentir saudade...
You do make me feel complete.
I miss you darling, 5 days left... We shall wait being strong.. Hahaha
May the force be with you.

I miss you... as big as Jupiter and as dense as Earth. (I'm geek, I know :/
But you actually like haha)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

it's you, it's you, it's all for you


When is all fucked and you have no one to stand by your side... When you're feeling a shit and just want someone to have a good conversation or all you need is a hug. When I'm feeling that every fucking thing of my whole imaginary world is falling down and breaking into little pieces...  is in this moment that you came up! And took me away from this fucking mess I was in. You saved me, really, you did. More than just save me, you got me. "You've bewitched me body and soul".
You make me feel happy and secure, make me feel important... and I must thank you for that. You take my sleep, my breath, my thoughs, my willing, my attention... Everything, you take it all for you... And for real.. I like it, you can have whatever you want from me, anytime, anywhere.
You just... you have me, all of me.

It' yoy, it's you, it's all for you
Everything I do, I tell you all the time
Heaven is a place on earth with you...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

summertime

E quando as lembranças me vem à cabeça, quando os momentos passam como desenhos em movimento pelos meus olhos fechados e esses permanecem enquanto escuto Janis. A vida seria tão tão perfeita e fácil se fosse apenas constituída por tais momentos e por essas músicas... Você.. Child, and take, take to the sky...
Não sei se "fácil" é a palavra certa. Fácil me remete algo comum e entediante e você certamente não é assim... Deixemos "apenas" o termo primeiro.
Você me faz lembrar só das coisas boas e esquecer todo o resto... todo o resto. Como se não tivesse tido importância, como se não passassem de fatos jogados pelo vento ao acaso e que para saírem da deriva que se encontravam pairaram sobre o meu caminho e ali se estacionaram sem pedir permissão. Nesses últimos 3 meses você conseguiu apagar todas as coisas ruins de 3 anos! Não sei se consegue imaginar a grandiosidade do fato e da importância do mesmo, espero que sim.
Faz minha cabeça girar toda vez que deito na cama, lotada de pensamentos bons e memórias extraordinariamente emocionantes. Cada fala, cada olhar, cada ação e reação... não deixo nada de fora nessas viagens mentais que faço à noite. No no no no no don't you cry. Sabe que agora um tsuru tem um significado completamente diferente e cada "sim" tem uma conotação de uma alegre surpresa eufórica.

Imagine-se agora em algum lugar qualquer e vazio jogando sinuca comigo ouvindo essa música... Porque é onde "estou" agora. [04:32- deveria estar te escrevendo uma carta, mas considere a carta de hoje como esse post].

Eu fico encantada, perplexa e encantada todo instante que te vejo. Perplexa por não acreditar na realidade dos fatos.. e encantada porque.. c'mom.. não tem como não se apaixonar. Escutar sua voz, saber como foi seu dia, ler e ouvir Machado de Assis pelo telefone [rs], planejar decoração de certos eventos, conversar contigo, ficar em silêncio por alguns segundos e depois seguir de saudade tem sido minha melhor rotina nestes últimos dias..
Summertime, time time...
Lembro de você, das suas expressões, das suas falas engraçadas e dos meus ataques nerds insuportáveis, sério.. não sei como você gosta disso... [rs] Cotton's high, Lord, so high... Das nossas crises de riso, de você, de você, de você, de você, de você, de você e... de você! Tem pessoas que são insubstituíveis, sabia? E essas são difíceis de se achar... Sim, normalmente cada pessoa deixa um pouquinho, por menor que seja, dela em nós... Mas tem outras que nos marcam por inteiro e se tornam necessárias à existência.
One of thhese mornings, you're gonna rise, rise up singing...
Como se fosse impossível imaginar uma continuidade apagando-te das recordações... De modo a duvidar do impossível, certifiquei-me de que não o farei, avisei que deixei você ressoando por todo meu quarto e cada parte importante dele. Fiz alguns arquétipos imaginários e os fechei guardados num pequeno baú que guarda tudo e mais um pouco. Às vezes mais do que devia... Mas ele tem vontade própria, é vivo e leva e traz o que bem entender... Mesmo assim confio cegamente e o entreguei a tarefa de guardar suas lembranças.
O bom [ou não] desse baú é que ele se abre em pouquíssimas estações... E normalmente quando abre, expulsa o que nele estava, para que entre o novo. De vez em quando ele insiste em querer colocar tudo junto... You're gonna spread your wings... Quando o faz, costumo enfrentar sérios problemas... Mas contigo ele seguiu todos os procedimentos de modo perfeitamente exequível. Tirou o velho, limpou e preparou um terreno confortável para o novo. Em algumas situações ele me mostra meu desespero e faz um barulho rápido para me alertar e quando tudo está calmo e sereno ele segue num ritmo tranquilo de uma batida por segundo, às vezes quase duas...
E por fim, ele geralmente leva o nome da coisa que tem dentro, além das necessidades vitais, óbvio. Quando ele opta por ser nominado pelo que carrega significa que não tenho mais absoluto controle, mas sim devo dividir com a tal coisa, você no caso. Então peço que cuide bem, já que transplante é algo bem difícil hoje em dia e posso rejeitar algo alheio a mim.

http://www.youtube.com/watch?v=rawsYQitKik&feature=fvst

domingo, 24 de junho de 2012

i'm fuck missing you

you got me. really!
Saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade e saudade.

sábado, 9 de junho de 2012

u-u

Todas as atenções voltadas para um único ponto. Todos os pensamentos dirigidos a uma só coisa. E as memórias? Todas referentes à mesma pessoa.

Quero escrever, quero mesmo... Mas no momento não consigo. Não.. flui, não como deveria. Porque.. Não sei, estou feliz demais, encantada um monte e morrendo de medo de dar algo errado. kkkkk

anyway...

sheisfuckamazing.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Corda Bamba

Por que é tudo tão.. Tão frágil e insustentável? A linha entre se sentir seguro e amedrontado é de tamanha delicadeza que a palavra "tênue" não completa a imensidão dos sentidos.
Os pensamentos seguem continuamente atormentadores e os sentimentos vivem nesse turbilhão preponderante. Mas são arrogantes a ponto de se rotularem seguros de si, quando na verdade não exprimem nada mais do que uma mera aparência, maquiada de quimeras. Sim... Eles são os mais facilmente corruptíveis.
Os pensamentos se postam de intelectuais e deixam toda a subjetividade para o campo do sentir. Ao passo que os sentimentos se consideram como sensíveis ao extremo e sofredores do peso do mundo que carregam sobre os ombros cansados e indecisos, a cada hora pendem para um lado, quer elegem a euforia, quer a melancolia.
Todavia, não passam de aparências pedindo para serem destruídas. Quebram-se rápida e subitamente. Os primeiros por desmontarem a cada teoria pós-moderna, os segundos por sermos seres atônitos vivendo em constante duvida e incerteza.
As pessoas? O mundo?
Se deixasse transparecer metade daquilo que sinto, que penso, que quero tenho certeza que me odiariam. Entretanto, ao não o fazer, torno-me tão intransigente quanto se o fizesse.
As pessoas (salve exceção) começam a me irritar profundamente. São todas* superficiais e oradoras de bobagens, chego a ter incerteza do protagonista chato e previsível, se é o frade ou se são estas pessoas cansativas.
Acho que quero um pouco de solidão com apenas um acompanhante. Ou um pouco de privacidade. Só um pouco... Não é pedir muito... Ok, talvez seja, talvez isso signifique alguns degraus para além daquilo que posso pedir [se é que posso pedir algo]. Mas mesmo assim, gostaria.
Quanto ao mundo, deixo que Drummond decida o que fazer com ele. Talvez "mundo" não sinta, tampouco exista, talvez apenas seja. Não sei...


But I don't know, you're too much for me and I mean it... But I do like you, for real. You're so... amazing, beautiful and astonishing... As long as I am this bizzare and boring creature. But I'm far too happy, my dear, that you like me, even if it is just a little bit or almost nothing. I said before, and I'm saying now, I want you right here, right now, with me.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Waves


It's so weird stay alone now, sleep alone, walk alone... I miss you all the time, I think of you everyday and wish you were beside me every minute. I want to hold your hand and laugh at your jokes.
I want to see you sleeping and hug you to keep you safe from any nightmare. I want to kiss all of your face. I want to sleep with you side by side (again) and keep you warm.
Really, I must say it was perfect, surreal and fucking amazing. I'm far too shy, but I'd really like to play the guitar for you again and eat whatever you'd like to cook.
But at this point, I'm confused, 'cause I don't want to rush anything, at the same time, I don't wanna wait so long. Ok, right, you do give me some signs, but I don't know, is it enough? Haha
I don't wanna get wrong, not with you... I can't explain right now, but you really worth it... You know?
You make me go mad when we played pool and smoked cigarettes. We like the same things, we eat the same foods, listen almost to the same songs...
C'mon, it's quite weird, but it works so well...
You absolutely changed my opinion about all the 18th days... You make me hate weekend, 'cause are those days that I don't see you, you made me like to talk on the phone, this is unbelievable hahahaha.
I want you right here, right now with me... For now and for a good time...



"So where do the waves go, my love?"

segunda-feira, 21 de maio de 2012

sem dormir...

Chico..
Preciso não dormir
até se consumar
o tempo da gente
Preciso conduzir
um tempo de te amar
te amando devagar e urgentemente.
Sempre Chico...

Preciso escrever... Sim, preciso. Mas como disse, quando escrevo a coisa se torna oficial. E não posso... não... não quero me precipitar. E sabe... os detalhes são tão sutis e tão.... importantes que não devemos deixá-los passar.
Eu sei tudo o que quero, mas sei que posso esperar e ter esse tudo como planejado e não como algo forçado e decidido à deriva. E quero exatamente daquele jeito. Porque... [devo me atrever a dizer] porque foi... perfeito.





  "Quero você assim, como faz?"

sábado, 5 de maio de 2012

efeito casimir

Talvez o que eu sinta agora seja apenas cinzas. Cinzas densas modeladas num imenso breu. A escuridão transforma-se num cárcere da claridade, com grades de silêncio e paredes de indiferença. Não existe saída, tampouco uma mísera válvula de escape, como um simples espelho.
O problema não é a falta do objeto refletor, parece-me que encontrei um. Sim, todo decorado em volta, como daqueles espelhos que há muito não se fabrica mais. De fato é um espelho muito bonito, tão brilhante que parece não oxidar o estanho nunca. Transmite uma serenidade ímpar, ao passo que me instiga de modo mágico.
Mas como dizia... o problema não é a falta dele e sim uma parede para colocá-lo. Não porque estão todas cheias, o problema é a espessura da indiferença. Estão tão profundas que agem como um buraco negro e sucumbem tudo o que ali se tenta colocar. Entende agora? Por mais que a luz tente refletir, ela é tomada pelo buraco e lá dentro não consegue difratar.
Se puder me atrever, tenho um desafio para você, do qual podes negar e refutar o quanto quiser, mas ele se manterá proposto. Desafio-te a criar um efeito casimir entre essa parece e o espelho. Torne tudo mais calmo nesse meio vácuo e os induza a se atraírem.

Na pior das hipóteses, o que vai acontecer é você negar ou não conseguir. Só não subestime, não é fácil criar o vácuo entre duas coisas e dependendo de como o faz, podes criar um movimento repulsivo, neste último caso, farás o cárcere mais poderoso do que já é.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

fuck it

fuck it!
love is just an excuse to get hurt. just it.
Foi tão fácil falar não para você ontem. Tão... fácil. Por que essa facilidade não permaneceu por hoje? Por que agora me parece como o maior erro do feriado, sendo que não foi?
Por que sinto essa saudade nostálgica, sendo que nunca tive nada de você? E pior, por que você age assim, como se me obrigasse sem pedir a fazer tudo o que quer e quando quer, manipulando-me aos poucos. Diga-me qual o propósito disso tudo? Vê graça no que faz? Ou gosta de simplesmente pensar que o mundo todo gira ao seu redor e pode vir e ir quando quiser sem nenhuma consequência?
Diga-me também qual é a da sua necessidade incansável de se tomar a parte de tudo, como se realmente soubesse o que acontece, qual é a dessa carência insaciável de achar que conhece todo mundo, que faz tudo e que é tudo.
Lembro que um dia [16 de janeiro de 2010] você me chamou de "auto comiserável"... Sabe, eu não sou. Tampouco você, não... não me atreverei a retribuir o "elogio", direi apenas que eu não nego o que verdadeiramente sou, não brinco com as pessoas, não as uso quando me convém e não minto para tornar minha vida mais interessante. Também não estou usando de contrários para te atingir, se o quisesse já o teria feito.
A única coisa que gostaria de dizer a ti é [se é que posso ousar]: por favor, aprenda a falar com as pessoas de modo adequado e não conveniente, de modo carinhoso e não falso, de modo atencioso e não utilitário.
Não sou mais seu capacho, que deixa de fazer tudo para atender aos seus pedidos, enquanto não aprender ao menos nivele seu tom ao falar comigo.
Quem sabe assim você não me faz parar de sofrer [à toa].

segunda-feira, 30 de abril de 2012

o canto do encanto...

E quando as coisas começam a perder aquele encanto que tinham... Perdem aquele brilho e aquele cheiro de livro novo. Não mais que de repente o novo se torna tão facilmente substituído pelo adjetivo pejorativo velho. Um momento tão efêmero passa silenciosamente como uma lágrima do céu que cai disfarçada de chuva. O gosto instigante da curiosidade se cessa numa auto sabotagem amarela.
É como se aquele ar verde novo que respirasse se tornasse marrom... Que por algum motivo sofreu a invasão do vermelho no seu território e o manchou. O problema é que o vermelho não é algo tão novo e fresco como o verde, e sim algo obsoleto, cheio de frustrações e decepções e distante. O vermelho como cor quente que é, ao contrário do que pensam, não é acolhedor. Ele afasta as coisas. Partículas no estado gasoso, em altas temperaturas se afastam, ao passo que em baixas, juntam-se a fim de reter o pouco calor que lhes restam.
Perder o encanto é como se afogar conscientemente. A luz vai diminuindo à proporção que desces às profundezas do oceano. Percebe toda aquela imensidão escura a tua volta e se dá conta de quão insignificante você sozinha é. O ar se vai e um vazio te completa, enche todo o seu pulmão de angústia e solidão até que finalmente se entrega a tais sentimentos e perde a magia azul da superfície límpida.
É perder algo que te motiva, render-se às desilusões da vida e se conformar com o otimismo alheio.
De certa forma sinto tudo isso, porém, no momento, não na perspectiva de quem perde o encanto e sim do encanto perdido. Podem até pensar que a agonia é unilateral, mas o encanto não gosta de ser perdido, ele deixa de existir se não for sustentado o tempo todo, ele sente a angústia de ir sumindo aos poucos e não conseguir reverter o processo, sente-se inútil por não conseguir se manter. Ser perdido é sentir sua vida escorrendo nas próprias mãos, como grãos de areia que caem livremente e não os pode segurar. É se ver morrer sem querer.
Mas o encanto sempre depende do encantado e essa dependência é maior do que a recíproca dela.

"Don't try to fix me
I'm not broken
Hello, I'm the lie living for you
So you can hide, don't cry"

But in fact, yes, I'm fucking broken...

domingo, 29 de abril de 2012

melhor fim de noite dos últimos tempos...

hm..
curiosamente respondi muito bem à situação de hoje... Melhor do que eu esperava... Talvez pelo fato de que vê-la bem era mais importante do que qualquer crise de ciumes sem fundamento.
Conversamos como boas amigas que não se viam há tempos... Foi bom e nos livrou de tanto peso, tanta coisa mal conversada, não que tenhamos as conversado, porém o ato de estarmos ali, rindo absurdamente e bem solucionou muita coisa.
Ok, a noite começou no Caldinho e terminou aqui em casa, agora pouco... Com direito a violão, piano, macarrão ao som de Buena Vista Social Club às 4h da manhã, reclamação do vizinho às 3h30, tricô, origami, muita pinga, água, suco aguado e outras coisas mais... Foi surreal... surreal!
Mas foi tudo bem, suportei tudo aquilo bem e realmente estava feliz por ela estar bem...
Deve ser um pouco também porque agora minha atenção está voltada a outro "lugar"... E acho que gosto desse "lugar", de verdade.
Sim.. pode ser algo que me machuque [mais uma vez] monumentalmente, mas acho que quero correr o risco, parece valer a pena... Posso estar bem enganada e dar com a cara no muro de novo, se isso acontecer, prometo que dessa vez levo um kit de curativo...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

let it go...

Quando as coisas voltam a ter sentido...
Quando as musicas voltam a ser agradáveis...
Quando os sons deixam de ser perturbadores...
Quando não sinto mais nada...
Isso significa que não gosto mais de ti, finalmente? Que você não influencia em mais nada na minha vida?

E quando lembro de certas coisas e me deprimo?
Quando sinto raiva por ter me permitido tanto...
Quando... quando quero que você desapareça para sempre, desejando que nunca tivesse aparecido?
Isso significa que ainda sofro por você?

Não sei... tenho medo de dizer: "está passando" e ser apenas uma outra fase de negação e depois me deparar no fundo do poço novamente... Mas sim, gostaria muito de dizer "está passando"

"Ride the winds of a brand new day
High where mountain's stand
Found my hope and pride again
Rebirth of a man
Time to fly"


quarta-feira, 25 de abril de 2012

trilha sonora de um terça feira a noite

hm.. ok, faz tempo que não escrevo as trilhas sonoras..
hoje, sim, terça feira..
1- Roads- Portishead
2- Videogames- Lana del Rey
3- New moon different days- The Gathering
4- Waiting- The Devlins
5- The Hill- Markéta Irglová

Situação.. hm..
Postei-me a pensar nas coisas que vem acontecendo e como vou lidar com elas... Não sabia nenhuma das respostas às perguntas propostas... Eu estava bem calma aparentemente, mas minha cabeça pensava em mil coisas ao mesmo tempo sem me dar espaço para organizar os pensamentos. Por dentro estava completamente inquieta.
- Que você tem? - Me perguntou baixo me olhando de longe
- Nada.. só pensando numas coisas..
Veio para perto e se sentou ao meu lado
- Que coisas hein?
- Hm.. - Respondi encarando - nada não..
Sim, eu gostaria de dizer tudo, detalhe por detalhe do que imaginava. Era uma vontade ilusória e inviável para o momento e local. [termina roads e começa videogames]
Levantei batendo de leve na sua perna, o gesto seria sugestivo o suficiente para causar qualquer interpretação, e fui andando, não sabia bem para onde, acho que queria um lugar sem pessoas, exceto uma...
Peguei o fone de ouvido do bolso; enquanto andava eu desfazia seus pequenos nós que só o bolso sabe dar, quando notei com uma visão periférica que me seguia. Dei um sorriso disfarçado para mim mesma e continuei andando, sem esperar mas na mesma velocidade.
Cheguei onde queria [ou não]. Ali não tinha "ninguém". Sentei numa cadeira velha que ali tinha, terminava de desenrolar o fone quando escuto:
- Oi
Dei risada, mostrando uma leve satisfação por ter me seguido
- Olá- respondi simpática enquanto ainda ria
Olhava-me constantemente como se dissesse alguma coisa e, talvez, de fato dizia... Apoio-se na parede da sacada na minha diagonal e ficou ali, não falava nada, só me olhava.
- Que? - Perguntei intrigada.
- Nada.. - Respondeu rindo graciosamente, mas deixava notar a vergonha
- É que você veio até aqui...
- Sim
- Não quer falar nada?
- Não..
- Hm.. ok.. - Dei uma breve, quase semibreve, risada
- Só queria ficar aqui... com você. - Disse baixo e rápido para que passasse despercebido o que falara..
- Ah é? - Perguntei com um tom provocativo.
- Sim - Falou enquanto passava a mão no cabelo para arrumá-lo. [fim de videogames, começa new moon different days]
- Está aqui agora... - Continuei no tom provocativo enquanto olhava de lado. Percebi sua ansiedade em não saber muito o que fazer. Acendeu um cigarro e sua mão direita estava um tanto quanto agitada, franziu a testa quando acendeu e fechou um pouco os olhos.
- É - disse no intervalo da fumaça.
Eu me admirava com o que via, a fumaça vagava pelo ar fazendo desenhos suaves.
- Hm... - Levantei da cadeira, notei sua inquietação, olhei de lado rapidamente para os seus olhos que me acompanharam. Parei em pé ao seu lado. - Sai de lá porque queria um lugar quieto, saca?
- Tudo bem, vou embora então.. - Disse rindo.
- Não. - Respondi rápido, sem hesitar.
- Não?
- Não, você fica. - Dei risada enquanto encarava.
- Ok..
- Você é fácil, já disse né? - Provoquei.
- Não sou fácil.. - Respondeu liberando a fumaça e franzindo a sobrancelha.
- Ah não? - Perguntei chegando um pouco mais perto.
- E se eu fosse?
- Hm...
- Seria ruim? - Sua ansiedade cortou minha resposta.
- Não não... - Cheguei um pouco mais perto [fim de new moon different days, começa waiting]
- Anh...
- Mas eu espero, mesmo assim...- Voltei para a cadeira, mas antes dei um toque singelo na sua barriga.
Olhou-me sentar de volta agora com a ansiedade reduzida e soltou a fumaça inclinando a cabeça para cima, como se estivesse pensando em algo.
- Espera? - Voltou com a cabeça e olhou para mim.
- Sim...
- Até quando?
- Hm.. aí eu não sei, por um tempo..
Virou-se de costas para mim de modo a olhar a vista da sacada. Bateu o cigarro para diminuir a brasa.
- Você é diferente... - Falou colocando o cigarro na boca.
- Isso é bom?
- Acho que sim..
- Acha?
- É...
- Por que acha?
- Porque... - hesitou em responder- não sei.. - deu risada olhando para mim sobre o ombro esquerdo.
- Ah sim.. adoro pessoas exatas...
- É, não sou..
- Eu sei - Respondi encarando enquanto me olhava sobre o ombro. [termina waiting, começa the hill]
Voltou a cabeça para olhar a vista e disse:
- E tudo bem eu não ser? - Segurou o cigarro na boca e prendeu o cabelo rápido com aqueles pauzinhos de prender cabelo. Colocou sua mãos sobre o corrimão da sacada, a direita segura o cigarro quase no fim.
- Tudo ótimo - respondi levantando da cadeira e indo em sua direção, prendi-a na sacada, ainda de costas e beijei sua nuca. Não dei espaço para que se virasse, não queria que o fizesse.
Não agora.
Fiquei a prendendo ali por uns 15 segundos depois do beijo na nuca, para que elaborasse aquilo. Ao findar desse ínfimo tempo que parecia uma eternidade, saí rápido, antes que se virasse, tomei distância e disse:
- Vamos?
Apagou o cigarro na parede de fora, olhando-me com indecisão e me seguiu, novamente.

O corredor parecia um pouco mais longo agora.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Causa e consequência

Sinto tudo girar. O escuro do quarto degrada as cores que vejo quando fecho os olhos. Sinto uma ardência confortavelmente desconfortável. Aquela dor latente de fundo que joga adrenalina no sangue e impulsiona uma sensação satisfatória.
Penso na preocupação inventada, é como se tomasse todo o meu corpo e a adrenalina deixa de ser suficiente. O coração bate num meio angustiado e denso. A cabeça dói. Os olhos fecham lentamente e abrem rápido. Como se não gostassem do que vissem quando se fecham, mas acontece que tambem não gostam da visão de quando estão abertos.
Sinto uma culpa escorrendo por todos os lugares e pingando sincronizada, cada pingo continha um intervalo de tempo idêntico ao pingo passado, no final, tal continuidade causava um barulho estrondoso e insuportável de se carregar.
O corpo está gelado, mas as mãos suam como se quisessem gritar algo. A cabeça lateja, lateja, lateja...
Fico pensando e pensando, são pensamentos rápidos que não consigo identificar todo o contexto, tornam-se flashes...
Dói... E são 3:30 da manhã..

quarta-feira, 28 de março de 2012

Sereno, mais um coração vazio

Pessoas... Seres estranhos esses.
Elas vão e vem e não nos damos conta. Passam em nossa frente o tempo todo. Mas nós, pessoas singulares não reparamos, na multidão, as outras pessoas, tão singulares quanto nós mesmo.
Algumas percebemos, elegemos como privilegiados da nossa (ínfima) atenção. E com qual autoridade selecionamos esse pequeno grande repertório? Nenhuma, julgo eu.

Todavia, um ato tão meticuloso, como o de escolher alguém, requer tanto cuidado, tanta preocupação que às vezes não sei se tenho os requisitos necessários, e se tenho, indago se são suficientes. Com certos indivíduos me entrego tanto, faço tudo que posso e muitas vezes o que não posso, contudo, tento até que a ultima lagrima se escorra e me reste a agonia profunda da incapacidade de tê-lo feito.
Já com outras, tento fingir ao máximo não me importar.

As pessoas vão e vem... Algumas vão e não vem, algumas surgem de outrem.
Por hora digo que cheguei, não sei de onde, tampouco para onde irei. Mas vos digo eloquentemente (mentido na mais clássica retórica) que cansei.


(cansei de sofrer tanto e manter uma angustia inexplicável e indiscritível)

segunda-feira, 26 de março de 2012

"it's fun to lose and to pretend"

Chegamos para o churrasco dentro do nível considerado normal e padrão de atraso da minha mãe. A minha picanha bem passada estava saindo já e todos até estranharam nossa pontualidade daquele dia [mesmo estando atrasadas]... dei um oi geral para todos, cumprimentei um ou dois formalmente, minha mãe fez o mesmo.
- Oi- cheguei por trás e dei-lhe um beijo em cima da cabeça.
- Olá- respondeu até que com bom ânimo.

Sentei distante, um pouco por ter poucas opções de lugares vazios e prontos para serem ocupados e um pouco pela minha indisponibilidade de falar com alguém. Embora gostasse muito das pessoas que ali estavam, aquela cena em particular não era de meu agrado. Sentei por alguns minutos ali, tentando não encarar nada... Percebendo a impossibilidade de fazê-lo resolvi subir e preparar caipirinha de kiwi... Tentei não demonstrar, mas meu olhar de raiva era perceptível caso o notassem.
Não o fizeram.

Fiz a caipirinha, desci e como de costume dei para alguém provar, como se obrigasse a pessoa a dizer que estava boa, mas de fato estava.
Voltei ao mesmo lugar e sentei novamente. Mexia em vão no celular, a fim de disfarçar aquela coisa ruim que sentia e ainda não sabia nomeá-la.
- Senhorita, sua picanha bem passada... - disse alegre, ele era contra fazer picanha bem passada, mas abria uma exceção para mim
- eeeeee, obrigadaa! - falei rindo enquanto já pegava uma da tábua.

Comi aqueles pedaços que coloquei no prato, coloquei-o sobre a mesa e me levantei para pegar um pedaço de pão. Nossas mãos se trombaram e eu logo evitei. Hesitei em pegar o pão, mas voltei a ideia original, para não dar a entender nenhuma desavença. Voltei para o meu lugar.

Ali fiquei com um tempo, conversei com algumas pessoas que chegavam do lado, às vezes nossos olhares se encontravam e eu logo arrumava um jeito de desencontrá-los. Minha inquietação ficava mais visível e não fazia nem uma hora que havíamos chego lá.
Notei o copo de caipirinha se esvaziar. Peguei-o e subi. No único intuito de sair dali. Deixei o copo sobre a pia e fui ao banheiro.
Lavei a mão e abri a porta. E me surpreendo com a pergunta:

- O que tá acontecendo? - perguntou com tom seco
- Nada.. - tentei desviar o foco.
- Aham... Fala, que que aconteceu?- insistiu
- O que quer que eu faça? Sente no meio dos dois e fique falando contigo? - perdia a paciência mas falava baixo- Ah, super!
- Por que não?
- ? Porque não rola, não consigo...
- Qual é o problema? Você disse que estava feliz por mim, não disse?
- Estou.. estava.. sei lá, quer que eu diga o que? "estou feliz, mas me irrita o fato de você estar com alguem"?- havia me exaltado um pouco - não, não posso dizer isso.
- Ahh.. sem crise de ciuminho vai.. - diz com aquele olhar típico que só eu noto. [eu odiava aquele olhar]
- Exatamente. - Disse seca, tentando sair e voltar para cozinha.
- Marília, pára com isso vai.
- Não comecei nada, não me peça para parar.
Segurou-me com o corpo, impedindo a passagem. Aaaaah, por que faz isso comigo, por quê?
Num ato razoavelmente violento, levei-nos para o banheiro, coloquei seu corpo contra a parede e falei com raiva e agoniada:
- Você... você sabe que eu gosto pra caralho de você. Sabe que essa história toda fodeu com tudo e ainda me pergunta o que está acontecendo! Pára mano, acorda! Tu só vai se machucar e... vou ficar preocupada contigo, daí você vai sumir.. como sempre faz.. e eu vou ficar mais preoc..
- Marília, pára! Eu sei me cuidar.
- Aham, eu tambem! Me tranco em casa, não como direito, sumo e não dou sinal da minha existência... sim, você super sabe se cuidar.
Fitava-me de um jeito negativo enquanto eu contrapunha sua opinião.
- Não fique preocupada oras.. Eu já sou bem...
- Não tem como ficar de boa- falei interrompendo- você... você escutou o que eu falei? - Perguntei indignada.
Não disse nada nos próximos segundos
- Não, não responde.. deixa pra lá...- tentei evitar qualquer decepção- Só me diz uma coisa... - hesitava- nunca... nunca passou nada... pela sua cabeça... nada, sobre.. sobre a gente?
Olhou para baixo e permaneceu em silêncio.
- Ótima resposta! - Saí do banheiro irritada, dando-lhe as costas.

Aquilo... Aquela situação me matava, embrulhava o estômago, reproduzia seu silêncio na minha cabeça... A vodka caiu mais que 6 segundos no copo, deve ter atingido uns 11. Quando me dei conta era tarde. Amassava o limão no copo com ódio estocado. Coloquei mais gelo para diluir um pouco e compensar a dosagem maior de álcool.
Foda-se, pensei deixando o copo novamente.
Voltei no banheiro e ainda estava lá.

- Esquece isso... Vai lá e seja feliz, agora todo mundo já sabe de qualquer forma. - falei seca, como que dissesse: "saia da minha vida para que eu possa te esquecer". Mas sabia que no fundo o que eu mais queria era o oposto disso...


terça-feira, 20 de março de 2012

shadow


"you have broke me all the way down"
Às vezes penso que estou bem, que tudo passou e já não sinto mais nada. Tento me enganar de dia, mas a noite não consigo. "É tranqüilamente fácil se mostrar forte durante o dia, mas a noite é outra coisa". Quando está escuro e silencioso, quando meus pensamentos tornam-se mais audíveis, eminentes e surpreendentemente poderosos percebo a dificuldade em dizer "passou".
Posso imaginar tantas coisas, tantas possibilidades, contudo, o que me é mais provável, é você me dizendo não em todas as estâncias que se conhece e de todas as maneiras existentes de se negar alguém. É um ato bem masoquista, admito, mas é o único modo de te manter presente, tendo em vista que temos pouquíssimas lembranças significativas e boas.
Sempre foi tão difícil nossa convivência, nossa amizade foi tão forjada quanto o choro de um comediante. Você me usava quando lhe convinha, ao passo que eu me permitia, por gostar tanto de ti.
Apesar de toda negação, indiferença e descaso, você me acompanha como uma sombra, da qual não consigo me livrar, sinto como se fosse a minha própria projeção. Sinto você me raptando de mim, sem, ao menos, prover de correntes e tampouco de vontade.
É algo tão triste, digo, ter alguém assim... aprisionado, e menosprezar tanto seus sentimentos. É tão mesquinho e egoísta. É como se você possuísse uma serva (eu) e me cercasse de correntes no coração, de pouco em pouco a puxasse, a fim de dominar o coração como um cão medroso. Medroso, mas que não lhe contraria a vontade nunca, por não pensar e não saber o quão errado isso é.
O problema é que eu penso, sei que existo e que me maltratas injustamente. Porém, não consigo morde-lhe a mão num ato de protesto como quem grita "basta".
You got me, every single part of my body, my thoughts... You got me in a bad way.. I'm not useful but you have me entirely. However you don't even care if I'm here no matter what, you didn't care, you don't and certainly won't.
Goodbye, ma petite.
"você sou eu que me vou no sumidouro do espelho"

sexta-feira, 16 de março de 2012

saudade.

Às vezes a saudade é tanta, mas tanta que não consigo dizer ao menos o que sinto vontade. Não consigo, tampouco, dar um abraço forte e expressar o quão sofrido é ficar longe.
Às vezes a saudade é tanta, mas tanta que fico distante e irritada, quando gostaria de estar perto e menos triste.
Poderia ser mais fácil se tirasse-me o orgulho. Poderia ser mais fácil...

A mudança me estranha, deixa-me só de um jeito pouco agradável. As coisas daqui são estranhas, as pessoas, a vida em si é algo tão diferente e desgastante [emocionalmente falando]. Tudo é alheio a mim e eu sou uma verdadeira eremita que saíra de sua caverna há pouco mais de algumas horas.
Sinto aquela angústia e agonia baterem cada vez mais persistente. Quase como se não fosse conseguir. Sinto uma tristeza que perpassa o corpo e a mente. Quase como se não fosse se exaurir nunca.

Agonia que o coração não suporta, angústia que suspiros não vencem. Tristeza que risada não repara. Sinto agora meus olhos perdendo o brilho, ao passo que se enchem de lágrimas.

Por que é tão dificil? Bastava dizer "estou com saudade"...

sábado, 10 de março de 2012

Meias.

Meias. São tão macias e aconchegantes, mantem nossos pés seguros e quentinhos.
Meias. Para andar dentro de casa nos dias de inverno, usar pantufa com pijamas de flanela. Quero o inverno logo, sentir aquele frio sendo esquentado pelas roupas fofas de ficar em casa. Fazer aquele chocolate quente convidativo e aquecer as mãos colocando-as bem em volta da caneca.
Meias que deixam os pés confortáveis e dependendo do piso nos deixam brincar de escorregar. Meias que fazem de nossos pés fantoches para brincarmos em frente a tv, aproveitando o escuro do cômodo e o clarão da tv, brincamos com os pés como se estivessem eles mesmos ali dentro, emitindo uma história.
Gosto das meias coloridas, daquelas de estampa de vovô, das brancas que vão até o calcanhar, da minha preta com bolinhas brancas de dedinhos, gosto de usar meus tênis pretos com meias brancas, acho engraçado.
Gosto daquelas meias que já estão velhas e ficam macias e gostosas, isso acontece com pijama tambem. Desgastados são tão mais legais. Gosto tambem das meias anti derrapante... Que tem aqueles trequinhos embaixo, que calçamos como uma sapatilha. Gosto da minha de joaninha, que separa o dedão dos outros dedos, como um chinelo.
Gosto de vê-las estendidas no varal, mas não gosto quando saem da máquina de secar e tenho que enrolá-las, ainda quentinhas, costumam desfiar minhas unhas. Mas gosto de colocá-las na mão e brincar de crocodilo, ou algo assim... cachorro talvez, ou um fantoche.
Meias para escolher nas lojas [que compramos meias], sento no chão e fico escolhendo, a cor, o modelo, a costura [que tem que ser em cima dos dedos, senão me dá alergia], a embalagem.
Moi gosta de meias.

quinta-feira, 8 de março de 2012

prejudice

Como dói. Como dói ouvir ofensas de pessoas [teoricamente] queridas. Ouvi-las dizer coisas absurdas e preconceituosas. Ver uma criança, que deveria ser ingênua e aberta, dizer que sente nojo de homossexuais. Ver um adulto, que deveria ser instruído, dizer frases e frases racistas e desumanas.
Como me dói passar por isso tudo de novo, sendo dessa vez um pouco diferente, sinto-me completamente incapaz de me defender, frágil ao ponto de ouvir, abaixar a cabeça, terminar de comer, levantar e voltar para o quarto. Afinal, o que poderia fazer? Falar? Com certos tipos de pessoas isso não adianta, o preconceito já se impregnou nelas e não sairá, com nada.
É algo tão triste, perverso e sem fundamento... Digo, qual o motivo de atacarem tanto se não estão sendo, reciprocamente, atacados? Por que agem com tamanho ódio? Por que não vivem suas vidas e deixem que os outros vivam as suas e sejam igualmente felizes? Podem me dizer que sentem medo e ameaça eminente, mas do que? DO QUÊ? Será que não percebem que os únicos que tentam impor algo são eles?
Queria entender, o que se passa nessas mentes para tratar o diferente como doente e aberração. Queria entender para conseguir combater e erradicar. Como podemos viver num mundo tão perverso e hipócrita? Que o padre missionário na África, é o mesmo que condena as pessoas homossexuais. O juiz que condena por racismo, é o mesmo que abomina casamentos gays. O jovem que estuda para ser médico é o mesmo que bate em negros. A religiosa que vai à igreja todos os [malditos] sábados, é a mesma que julga todo o resto do mundo um pouco mais crítico que ela.
Como pode ser tão contrário? Devo pensar que todas as ações em prol da humanidade provém de meras e medíocres caridades? Devo entender a disposição [forçada] como garantia de "ir para o céu"? E me convencer que vivemos numa moralidade? Afinal, qual a dificuldade em ser ético? Não vejo motivo para ter esse moralismo todo, sendo que a ética seria uns degraus a mais...
O mais engraçado é que elas acham que realmente estão certas, que os gays, ateus, negros, simpatizantes, agnósticos, céticos, usuários de [qualquer tipo de] droga, ou um pouco diferente daquilo que o seu mundinho fornece, todos esses vão para o inferno.

Sinto desapontá-los, mas "a religião é sua, a fé é sua, quem peca é você e quem vai para o inferno é você". Então por favor, parem de sujar o avanço que tivemos, parem de denegrir a imagem da humanidade, parem com essa vontade louca de extermínio, porque, sinceramente, o complexo de inferioridade de vocês é tão, tão alto que precisam matar 90% do mundo para se sentirem fortes e poderosos. E isso, é simplesmente ridículo e patético.

sábado, 3 de março de 2012

you, always been you.

O engraçado em sentir saudade, é que procuramos tudo o que costumávamos ouvir, ver, sentir... E ao encontrar percebemos o quão forte foi o sentimento, o quão incondicional e idolatrado foi. Quantas lembranças deixou e o quanto significou.

Mais engraçado ainda é que eu tinha só 10 anos. Eventualmente eu te conheceria, mas aconteceu de ser aquele dia... dia 6 de maio de 2004, o Luiz Melodia tinha tocado no sesc naquela noite, e depois, como de costume, íamos para o templo jantar...
E lá estava você. Tocando naquele palco, onde mais para frente eu daria minha primeira canja.
Você tinha dreads, era toda alternativa e tinha algo que não sei explicar o que era, carisma não basta para descrever.. Lembro que saíra triste do sesc, porque ele não quis me dar um autógrafo, nem a mim nem a ninguém. E quando chegamos no templo vi você, a tristeza passou... E no intervalo, não sei porque, tampouco como nos falamos aquele dia, mas lembro que pedi um autógrafo pra você, e o escreveu num daqueles papéis de comanda do templo: "Marília, seu sorriso é uma coisa linda. Um beijo de luz." ass.
E eu coloquei esse papel na capa do cd do Luiz Melodia..
E depois disso, não conseguia imaginar mais uma vida sem saber que você existia..

Foi algo tão profundo, tão... indescritível, que agora me pego vendo vídeos no youtube e lembro de tudo isso... e penso que "a primeira paixão platônica nunca acaba", tudo é tão mágico para você e tão místico que encanta...
Que ME encanta, eu.. alguem que sempre esconde qualquer sentimento, que tenta ser indiferente... Mas contigo não funciona.
Eu lembro de comentários de amigos em comum, do tipo: "nossa, o jeito como você olhava pra ela tocando, até eu admirava"..
Acho que foi além.. acabei te idolatrando e colocando você num pedestal intocável que nem mesmo eu poderia tirar.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Eram os deuses astronautas?

Bem vindos terráqueos, seres estranhos são vocês. Com costumes excêntricos, decisões incertas e palavras desgastadas.Vocês tem um jeito confuso e atônito de sentir.
E devo me incluir nisso, doravante prossigo sem fazer mais ressalvas.
Vocês... digo, nós temos peculiaridades que nos tornam únicos, contudo, não por isso especiais ao ponto de sermos incomparáveis e supremos, mas sim únicos como essência.
Queria poder descrever o que sentimos... Mas no fundo, lá no fundo, a descrição física não importa. Pois me tiraria a exclusividade de tal sentimento, já que poderia ser confundido com tantos outros. Por mais que queira cessar minha curiosidade de saber se sou ou não capaz de o fazer, descrever o que sinto não me revelará nada, ou pelo menos nada do esperado.
Todavia, se me permitirem, gostaria de escrever sobre o por que sentimos. Numa tentativa nada positivista e provavelmente falha. Portanto, desculpo-me já pela possível decepção.
Por que sentimos? Por que não poderíamos simplesmente viver de significações? Ou por que temos que subjetivizar e dar um sentido a tudo? O que significa sentir? Para que serve?
Não busco uma resposta harmônica, aliás, mal sei dizer se chegarei a uma, de fato.
Talvez sentir seja a demonstração de pensamentos e vontades. Talvez seja a forma de expor arquivos estocados na memória. Ou ainda, sentir poderia ser aquilo que nos transformou em humanos. Uma tentativa, quiçá, de nos diferenciar.
E se os sentimentos forem iguais? Posso dizer que sinto uma ansiedade profunda quando converso com um certo alguém, que me coração dispara, sinto-me, de certo modo, desafiada, como se precisasse dizer algo que a palavra sempre me foge, fazendo-me quase dizer. Ou ainda, posso dizer que sinto ansiedade, que me coração acelera e fico sem ter o que dizer. No primeiro caso, diria ser um sentimento novo e lindo. No segundo, algo estritamente velho e rancoroso.
A descrição foi a mesma, mas... Os sentimentos são tão diferentes, não são? Se me perguntar, então, para que sinto o primeiro? Diria que é para me sentir bem... Bem... esse "bem" me parece tão vago e mal detalhado. Mas ainda na linha de raciocínio, de que me adianta detalhar o "bem", se sua descrição somente se oporá a seu extremo pelo objeto-alvo?
Talvez deva me perguntar por que quero me sentir bem, para que me sentir bem... A questão é que não sei, não sei porque as pessoas procuram pela felicidade, se tampouco sabem o que ela significa. A felicidade parece ter um sentido, contudo não possui um significado.
O fato é que quando procuramos essa sensação boa, raramente pensamos nela. E é então que finalmente exerce sua função em ser "boa", quando não pensamos nela mas a praticamos. Estou escrevendo agora, no entanto, em momento nenhum [até agora] pensei no teclado, nas letras, no meu dedo apertando contra às teclas afim de construir uma palavra clara e objetiva. Mas se pensarmos, é agora em que tal instrumento se faz presente e apresenta sua maior descrição possível. O teclado não é algo preto, com letras e pequenos botões com símbolos gravados em cima... Não, um teclado é a possibilidade de escrever algo de que há necessidade de se falar. Algo que permite uma comunicação não direta e muito expressiva [quando tratada a finco].
E por que mesmo precisamos transmitir algo?
Não sei...
Sei que gosto de pensar na ideia de me sentir bem, gosto mais ainda de saber o que[m] me faz sentir assim...
E já que não entendem de "fisolofia" terráqueos, aqui está um pouco para vós. Agora devo me ausentar novamente e voltar para a minha galáxia, já que não sabeis de onde vem quem vos fala...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

madrugada

Era tarde e a noite resistia em terminar e se deixar dominar pela claridade tirana do dia. Eu insistia em idolatrar a madrugada, por maior que fosse o ar de melancolia e solidão que me transmitisse. Gostaria de perpetuar aquele momento de eterno silêncio e profunda escuridão. O tempo passava sereno, dava-me chance de pensar sem ser interrompida por ruídos, falas, perguntas, gritos histéricos. Arquivei os pensamentos em pastas separadas por ordem de importância, esquematizei algumas ideias e as coloquei enfileiradas.
Montei uma espécie de mapa cerebral, no qual cada coisa tinha uma legenda, às vezes o transformava em anamorfoses, às vezes priorizava o modelo de Peters, ou de Mercartor, dependia tudo do conteúdo e da disposição de pensar. Poderia ficar ali o resto da vida, sentada no chão, encostada preguiçosamente no sofá, apenas pensando. O que me impedia era saber que o sol apareceria e minha tranquilidade teria findado.
Mas não enquanto estava ali, não. Ainda não. Tinha mais algumas horas de infinitos heterônimos, inacabáveis estórias e atormentadas lembranças.
Algo na madrugada me encanta, deixa-me frágil de um jeito mágico e sincero. Sinto como se fosse eu mesma, olhando-me de fora. Simultaneamente sinto que sou intocável, inabalável e inatingível. Como se... Como se meus maiores inimigos fossem minha imagem refletida no espelho e alguns pensamentos indisciplinados que se negam a serem arquivados e dispostos numa ordem sequencial.
Esse ser atônito me completa, por mais contraditório que possa parecer, a madrugada me faz bem e feliz, feliz de um jeito real e não iludido. Feliz por me sentir contraditoriamente bem.
Ah, "insustentável leveza do ser".

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

it fucking hurts =/

Às vezes você me tira do sério. Às vezes eu te odeio. Odeio por não me deixar ser, não me deixar ter. De alguma forma você me prende quando estou escapando. Faltando poucos metros para alcançar a liberdade, laça em mim uma espécie de corda invisível aos olhos e inconfundível ao coração e me toma os passos, torna-me imóvel para depois me arrastar para perto de ti. Mas não, nunca é perto o suficiente. É o tipo de distância separada por uma linha tênue e dolorosa.
Desenvolveu uma técnica absurda e perversa de me puxar, ora pela indiferença ora pela atenção exacerbada. Deixa-me com uma terrível esperança e ao mesmo tempo com uma profunda agonia.
Tem no seu método o mesmo efeito dos "olhos de ressaca", sem sequer precisar olhar para mim. É cruel.
You are fucking with my head. And what is this?
Não posso mais dizer que gosto de qualquer sentimento que lhe refira a lembrança, já tardou em preferir a dor ao mísero sentimento de nada, ou às medíocres falsas expectativas . Não posso tampouco avaliar as intenções, forço-me a pensar serem as melhores, contudo, ao encarar a realidade percebo que não passam de vagas falas de alguem necessitando atenção e mimos.
Gostaria que soubesse o quanto isso me machuca, gostaria que parasse ou que fosse de uma vez... Nada posso mudar, just... stop playing your stupid littles games with me, I'm not your lapdog, I'm a person.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A menina das "sugestões"

Hm.. Estou viajando, devo estar chegando, meia hora a mais de viagem, ou menos. Devido a hora, fui obrigada a interromper a leitura do meu querido jovem Werther, a luz já não me era favorável. Posto-me a pensar durante as horas imóveis da viagem. E normalmente os posts são acompanhados de uma trilha sonora, pois bem, The Gathering, álbum completo Nighttime Birds.

Admito que foi muito bom passar em tudo que prestei e blabla, mas.. Voltar para Maringá sempre passa a impressão de esquecimento, e, de certa forma, abandono. Abandono por deixar um lugar que confortavelmente expressa segurança e confiança.
Mas hoje, ah.. Hoje volto diferente. Não me permiti sentir medo, tampouco vontade de não ter partido. Sinto apenas uma vontade saudosista de no futuro, não tão longo, voltar. Se é que isso faz sentido, para mim faz.

Esse feriado foi estranho, foi estranhamente inesperado. (está chovendo lá fora e a sensação transmitida pela música é a da mais feliz e satisfatória solidão, embora tenha outras pessoas no carro, sinto-me só do jeito que gosto, com um terrível e inexplicável cheio dentro de mim, chegando a quase me completar).
Voltando ao feriado... Algo aconteceu, de um modo muito engraçado de se acontecer, mas aconteceu. Finjo minha empolgação e escondo a vontade de ir a fundo, para não me mostrar exposta e, consequentemente, vunerável.
Contudo, devo admitir a dificuldade de fazê-lo perante tanta disposição. Tal qual nunca havia visto de uma pessoa, além de mim, quando quero. É quase impossível mostrar-me neutra e completamente indiferente o tempo todo. Não posso evitar o rumo que meus pensamentos correm, sem meu racional consentimento. Muito menos bloquear expressões lingüísticas decorrentes ao longo das (longas) conversas.
Sinto aquela timidez fingida de descaso, aquela euforia mascarada de sarcasmos e desconfiança e, sobretudo, sinto aquele medo... Medo de me, mais uma vez, me afundar, sendo que em partes nem me levantei de todo. Medo de rastejar para toda a vida...
Medo esse que disfarço, disfarço sendo eu... Afinal é isso que faço, vivo de alguns heterônimos, de alguns escritos jogados, uns três diários, seis cordas de nylon.. Deixando-me sentir e sofrer através de vidas inventadas e princípios esquipático e esquizofrênicos...
E com tudo isso, ela ainda parece instigada, talvez não exista de fato, talvez seja mais uma de minha personagens... Ou não.

Cheguei em "casa".

sábado, 18 de fevereiro de 2012

A moça do ônibus.

Ah, a moça do ônibus. Entra sempre indiferentemente soberba, com seu uniforme preto da Garcia, com o cartão pendurado no pescoço, num cordão verde que combina com os detalhes da manga do uniforme. Ela usa sempre sapatos pretos, discretos, porém clássicos. Embora esteja quase sempre de óculos de sol, deixa transparecer sua má vontade de ali estar, mas ao mesmo tempo demonstra sentimentos alternativos quanto estar ali, ora sentada, ora de pé. É de costume estar com fone de ouvido preto, seu celular é um moderno da LG, rosa.
Tem um trejeito peculiar de estar presente mas não se sentir naquele lugar, naquele momento. É como se pensasse viver em outro mundo, no qual não era subalterna, explorada e insatisfeita.
Sim, insatisfeita. Seu corpo é bem definido, é magra, alta, cabelos lisos castanhos escuros- sempre presos num longo "rabo de cavalo", bem como penteados, de modo a ficar visível a separação dos cabelos feita pelo pente. Sempre chega maquiada, usa sombra, mas nunca preta, quando se atreve, suaviza para tornar cinza. Seus brincos são elegantes, entretanto, pequenos.
Não é chamativa, mas atrai a atenção aos olhos alheios. Seu jeito de andar dentro do ônibus copia aquelas modelos de alta costura, típica das que usam a altura favoravelmente.
Anteontem ela sentou "ao meu lado", exceto pelo fato do corredor separar os assentos. Olhava-a meio que de lado, não a encarava por puro moralismo. Ainda sim não detive a curiosidade por completo. Analisava-a. Usava uma meia calça um pouco mais clara que sua pele [que já era bem branca]. Seus sapatos clássicos deveriam ser da estação passada de inverno, quando o verde escuro/musgo com preto ainda estavam à mercê dos estilistas, com uma ponta não tão redonda, contrariando o scarpin típico.
Tem uma tatuagem tribal nas costas, mas não é possível ver completamente, já que o uniforme [que lhe cai muito bem, por sinal] interrompe o desenho. Usa um relógio no braço esquerdo [o que revela ser destra], com aparência masculina, contudo é design feminino, pois me foi proporcionada a visão quando levantei. A parte de cima era delicada e meiga.
Estava com uma corrente fina, banhada a ouro, mas tentava encobrir. Como daquelas que se deixa por baixo da camiseta.
Tinha uma postura correta e sentava com certa elegância, desligava-se do mundo. O que me chamava a atenção, mesmo, era seu olhar e gestos indiferentes, arrogantes e dados de entre-ombros. Era uma reação ao modo pelo qual sua vida fora encaminhada, fato, porém, sem sentido para a realidade.
E ontem... ontem ela não foi.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

:(

Sim, eu deveria estar muito feliz, passei em tudo que prestei, vou embora amanhã, mas não estou. Não por desmerecimento, mas por ir embora desiludida e decepcionada.
Eu só queria, sei lá, alguém que me abraçasse e dissesse "tchau, boa viagem, vou sentir saudade". Só isso, será que é tão difícil? Ou será que é muito pedir isso de um amigo?
"i'm so happy cause today I've found my friends, they are in my head"

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sonhos, parte I

Estava chovendo, a casa estava silenciosa em todos os cômodos, exceto a cozinha, onde eu conversava com mais duas pessoas, todos sentados à mesa de quanto. Mantínhamos um clima de suspense por causa desconhecida enquanto jogávamos cartas.
Minha mãe dormia tranqüilamente, como há muito não fazia. Lá embaixo, no prédio, algumas crianças brincavam e era possível escutar o som da brincadeira, mesmo sendo noite, a sensação de férias imperava naquela dia.
A porta abre e ela entra, razoavelmente molhada da chuva, embora as roupas outras, que não o casaco e a barra da calça, estavam secas. Ela chega e vai direto pata a cozinha, analisei por alguns segundos, aquele agasalho não era dela, tampouco meu, era masculino e verde escuro... era dele.
"Oi" ela diz para os outros, obteve respostas reciprocas e amistosas. Ela não me disse oi, apenas me deu um beijo na nuca, ficou de pé, atras de mim, suas mãos apoiavam-se nos meus ombros e os acariciavam suavemente. Ela se abaixava e cochichava no meu ouvido algo sobre o jogo e depois ria discreta. O problema era que os atos não eram discretos, muito menos minha reação.
"hm.. Não" eu dizia, mas ela parecia ignorar, no fundo eu queria que ignorasse, mas não estava certo.
"Não, O..." eu insistia, ela argumentava "eu não ligo", aquela resposta me fez sorrir, mas não deixei demonstrar, levantei da mesa e ela me seguiu e passou a minha frente. Eu não aguentava, princípios éticos sobre relacionamentos alheios já não eram ponderados em minha decisão, precisa e ela permitia.
Foi inevitável e aconteceu. O casaco me molhava minha roupa, mas não importava.
E então acordei, mesmo que quisesse (e queria) aquilo não iria acontecer na realidade.