sábado, 31 de janeiro de 2015

A five years' talk

Bom, esse está escrito há tempos.. Foi por volta de julho-agosto de 2014, só resolvi postar agora... 


The problem is: it's still hurts. The second problem is: what if this never stop? The third: I probably won't ever forget a single fucking word of that speech of yours. "I guess... I'm kind of drunk. Don't take in the wrong way. But I like you. And I don't know how to say it". "I'm shy". "I want spend one night with you, listening this song, one night only, and I don't know how to say it". "I'm drunk and shy". "I don't want spoil our friendship". "I do like you, I like you very much" you kept saying. "I like your smell, it feels like home". "You showed me how touchable was music". "I do like you very much and I can't deal with it". "Sometimes I wish I could be with you, only with you. But I can't be with you". "Kiss me, just once. Kiss me".
And then I said "you know that won't be just one kiss, don't you?" "Yes, I know", you replied...
I don't even know how to explain my control capacity on that moment. 'Cause you know... You were there, in front of me, totally wasted and beautiful, saying all the things I waited five years to hear. Yes, I did kiss you, 'cause if I didn't have, I would probably kill myself on the next day, and for the rest of my life... But at the same time I had to reject you... I had to control all my wishes, I had to ask you to stop biting me and go easy... But believe me, I didn't want stop, not for a second. However... again, it's you, and... I don't know how to say it, but I love you so much that I won't ever be able to do something that you will regret later or something I know that wasn't totally right... The last kiss before we went upstairs I gave 'cause what I really wanted to do I couldn't, so...
But you have to understand, I can't do it and I won't never be able to spend one night with you, only... doesn't work like that... I can't do this with me, with you and most of all, with us... One night and everything back to normal. I do want you, I wanted to feel every single bite, every single scratch... But... What I feel is beyond that fleshly need, is beyond my wish of having you... I'd rather be your friend forever than have just 'one night stand' and fuck up on the next day. And you need understand how painful is say this to you...
When I took you to my bedroom and put you to sleep, I changed you with my eyes closed, looking to the roof so I wouldn't see anything... I put two pillows so if you got sick, you wouldn't choke. And then, I went to the room, watch tv and get some sleep.
Well, I don't know for sure if you meant all those words you said... I don't know if you do feel all you said you feel... But we need to talk. I'm not asking you to marry me, to be with me... Neither of that. We just need to talk with you properly sober. I already know your decision and I think it was right, stay with her, she's far better than me. She makes you happy and treats you well, what is very important. I like her and I like her for all those things she made you realize. But still... someday, when you're ready to talk about it, I do want to know what you really feel. It won't affect our friendship, it won't change anything... but it's important to me. If this is true, if you like me, I love you and you will always be the one [you know it]... and we shall live with that, however this time, with all the cards on the table... what do you think?
that's the only thing I ask you, one true talk. Just it.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A uma amiga distante

Está sendo uma semana difícil, ainda mais agora que conversamos. Além de ser a semana do meu aniversário, estou relembrando de muitas coisas. E como não consegui dormir essa madrugada pensando em tudo o que aconteceu, resolvi escrever (é assim que as coisas se solucionam dentro de mim).

Lembro que foi na semana do seu aniversário (ou um pouco depois) que tudo aconteceu. A sequência dos fatos segue confusa na minha cabeça. Lembro de ter visto aquela parede e saído da sala imediatamente. Fui ao banheiro, liguei para minha mãe e disse "me tira daqui, por favor, mãe, me tira dessa escola". Depois disso eu perdi a relação temporal da situação, me lembro de flashes apenas e sempre intercalados com a lembrança do escrito na parede. Os funcionários da escola me interrogando para falar quem tinha feito aquilo, eu me recusando a dizer. Minha mãe chamando meu pai para ir até à escola com ela. Imagens na parede. Eu, meu pai e minha mãe numa pizzaria jantando, enquanto eles resolviam o que deveriam fazer e eu implorando para que não fizessem um boletim de ocorrência. Porque você já era maior de idade e isso alteraria drasticamente as coisas. Eu me resistindo a acreditar no que estava acontecendo. 
A única coisa que conseguia pensar era "o que eu fiz para ela me odiar tanto? Será que fui tão grossa ao responder àquela pergunta que o fulano me perguntou e ela tirou sarro? Será que falei alguma coisa que não devia? Por que ela me odeia tanto, o que que eu fiz de errado?" Dizem que sempre que esse tipo de coisa acontece, a gente tende a se culpabilizar, como se a sua ação fosse justificada por um erro meu. E demorou muito para eu entender que o movimento não era esse. E nunca esperamos que o preconceito, racismo, homofobia etc etc venham de alguém que nos era tão próximo e querido, talvez por isso tenha doído tanto. Se fosse alguém aleatório, com quem eu não me importasse, talvez aquilo não me afetasse tanto... Mas tinha sido você. 
Sim, você, a pessoa com quem eu saía, com quem eu conversava e me identificava, que eu ia na casa fazer pão de canela, que me mostrava coisas novas, que dividia angústias, que me fazia rir, que falava de coisas interessantes e não era como quase todo mundo da sala, fútil e entediante. E mais importante, a pessoa que me fez sentir como se eu realmente pertencesse a algum lugar, porque desde que eu havia saído do Fênix, eu me sentia completamente deslocada naquela escola. Sim... Essa pessoa tinha me apunhalado pelas costas e eu nem sabia o motivo do golpe. 
No começo eu me culpei, porque pensava que eu tinha te provocado, eu tinha feito algo muito errado e aquilo seria sua "vingança". Depois passei a negar que era você, não acreditava e preferi pensar que poderia ter sido qualquer um. Mais tarde tentei encontrar motivos, uma briga não justificaria aquilo (e nada justifica), mas não encontrei uma pista sequer. Com aquele ano chegando ao fim, decidi ter raiva de você, pensei que assim poderia me libertar daquelas frases escritas que insistiam em me perturbar a memória. Fiz um grande esforço para sentir raiva e te odiar. Deve ter durado uma semana, ou menos. Não conseguia, assim como não consigo agora. Eu gostava muito de você para te odiar, gostava muito da nossa amizade para deixar que a raiva apagasse tudo. 
A única coisa que sobrou foi certo pânico que ainda me acompanha, mais que tristeza, pois me paralisa... Eu não sei se fiquei mais forte com o que aconteceu, faz tanto tempo que coisas ruins estão acontecendo que não tenho tido tempo para fazer balanceamentos e ver progressos, embora acredite que aprendi a suportar melhor, a ir mais devagar e não confiar em todo mundo tão rápido. A não me abrir tão depressa...

De qualquer forma eu fico aliviada que tivemos a chance de conversar, ainda que depois de 4 anos. Por saber que não era a mim quem você odiava, era "apenas" um descompasso entre o que você era (e não aceitava) e o que você demonstrava ser. E, sobretudo, fico feliz por não ter conseguido te odiar, porque assim hoje eu posso dizer, sem esquecer do que aconteceu (isso eu temo ser impossível), mas sabendo exatamente o quão sincero e sofrido é dizê-lo. Eu te desculpo. 

E caso um dia venhamos a nos ver de novo, vou cobrar aquele abraço. 









sábado, 3 de janeiro de 2015

trilha sonora de uma sexta-feira à noite

hm... Já que sonhei contigo essa noite, e estou ouvindo suas/minhas músicas, nada mais justo do que um post...
Obs.: existem 98374 "você" nesse blog... porque nunca identifico ninguém, então esse é para você, rs.

Músicas: álbum inteiro do Alt-J, aquele "an awesome wave".

"Situação" [são mais lembranças, na verdade]:

Eu me lembro da primeira vez em que você foi em casa, de como eu fiquei ansiosa e pensava "nossa, tudo tem que estar muito perfeito". Comprei-te até um lençol azul e andava pela aquela casa procurando algo a mais para arrumar. E na hora que você chegou, eu de calça branca e meu moletom lindomaravilhosogostosofofoecheiroso vermelho, tentando apagar minha ansiedade junto com o cigarro. Aquele abraço gigante, forte e longo. Smiths tocando. "Você gosta de Smiths, né?". "Sim". "Ufa".
Lembro-me de quando você falou "sua roupa é muito cheirosa" e eu respondi sarcasticamente "é que eu lavei, né?" rsrs. E de quando conversávamos sobre qualquer coisa X e eu disse, na maior naturalidade do mundo, passando a mão no cabelo "deve doer quebrar uma costela..." Ou quando tivemos aquele ataque de riso que atacou tua asma e a minha gripe... e começou a procurar tutoriais no youtube de "como desentupir o nariz" (dou risada até hoje dessas coisas).
Das comidas de chef, do caldo de feijão, da lentilha, do purê, dos macarrões, mais caldo de feijão, mais purê, cookies de chocolate, brigadeiro, coca-cola, mais coca-cola... Dos seriados, da palestra de velho, dos poemas declamados, dos livros lidos, do tédio compartilhado, das flores à minha porta, das conversas até às sete da manhã, dos dias sem dormir praticamente, das músicas e mais músicas e mais músicas... dos textos escritos, do seu azul invadindo meu roxo, dos desenhos... Foi tanta coisa para... 1 mês e meio?
"Tem certeza? Porque ainda dá tempo de desistir"...As listas dos youtube se repetindo 91637 vezes e o celular perdido por canto qualquer da casa, por motivos mais que compreensíveis. O apelido de "fraquinha". As tatuagens. As t-a-t-u-a-g-e-n-s. As marcas subsequentes, acompanhadas de um fingido "não fui eu". As trocas e escolhas de roupas.

De repente me deu uma saudade disso tudo, sabia? Mas dai um maldito mês chamado junho entrou no meio do caminho e trouxe de volta uma bagagem extraviada para mim e uma nova para você. Pelo menos a sua bagagem estava com coisa boa dentro... A minha foi mais encheção de saco, irritação, surtos, crises etc e tal. Às vezes chego a pensar que era melhor ter extraviado de vez, ou nunca ter tido... vai saber. Anyway, panda está com muita saudade de você e de tudo isso que lembrei.

"please don't go, please don't go. I love you so, I love you so... please don't go, I'll eat you whole, I love you so... I'll eat you whole"

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

ano novo onde?

Ano novo, problemas velhos. Não suporto mais essa constância previsível e entediante que invadiu o curso da minha vida. E parece que não importa o que eu faça, nada muda.

Sei lá... Tudo me parece tão vazio e sem sentido. As coisas deixaram de me encantar e surpreender. Aquilo que não cairia nessa obviedade cansativa é simplesmente inatingível para o momento. Sinto que minha cabeça é uma partitura dodecafônica, completamente desorientada e barulhenta. Mas um barulho que repousa num silêncio chamado solidão. Essa falta de amor me corrói a vontade de fazer qualquer coisa. Eu sinto que me falta alimento, o néctar,  nenhuma abelha sequer o extrai. Eu podia me alimentar de amar, mas tudo o que consigo sentir a minha volta é raiva, descaso, indiferença, tédio, agonia, vazio... Não sinto mais o amor como algo palpável, e sim como a idealização mais elevada de um mundo melhor. O amor está tão distante, mas ao mesmo tempo, tão perto. Tão perpétuo, mas tão indisponível. Tão vivo e tão inexistente.
A solidão me pesa tanto, me suga tanto... e com o passar dos dias, percebo que ela atua feito bola de neve: quanto maior é, maior vai ficando. Amores, amigos, família... todos se vão. Até que fico sozinha com meus "comigos", porém eles também me deixam. Resta-me o meu mais íntimo "eu", momento no qual poderia pensar "pior que isso não fica"... Sempre fica, porque de certa forma, no meio desse espaço imenso e vazio, você se distancia de si mesmo, até que se perde de completo. Como se estivesse num universo vazio e infinito, iluminado à meia luz, mas que não sabe de onde surge. Não adianta correr para nenhum lado, pelo simples fato de que nunca chegará a algum lugar. É assim que me sinto, uma massa impotente, vazia de sentimento, sobretudo de amor.
Sentimento esse que te exige um receptor, caso contrário, é como se atirasse em alguma [não-]direção daquele universo vazio e infinito. De que vale estocar amor se não tem um alma para recebê-lo? É apenas um grito no vácuo...
Desculpe, Carlos, mas também não encontrei aquilo de que carecemos, nem eu, nem você, tampouco nosso querido Elefante.