sexta-feira, 26 de abril de 2013

Onde anda você?

Você deixou saudades, minha pequena. Deixou um vazio tão doído, é mais do que uma ausência espacial, na qual não te sinto ao meu lado... É um vão nos sentimentos, uma ruptura nos pensamentos, uma tristeza na alma e uma vontade inexorável de reviver aqueles momentos, pelo menos uma vez mais...
Sinto falta da sua mão tocando a minha e me fazendo carinho, tão terno e suave. Tenho memórias saudosistas dos seus primeiros olhares, aqueles indecifráveis no início e que depois se tornam irredutíveis. Lembro dos beijos provocantes, da respiração ofegante, dos corpos exauridos na cama e dos toques calmos e sensíveis.
Fico me imaginando presa às lembranças, tentando acreditar que haverá outro dia, que amanhã tudo será diferente. Às vezes, minha pequena, a esperança parece tão distante... E então eu luto, reluto e me forço a esperar pelo melhor.
Sabe, não gosto de estar nessa situação inativa, na qual não cabe a mim fazer as coisas... É como se não fosse nunca acabar, como se estivesse cercada numa ilha, com mares de decepções, desilusões, medos, tormentos, aflições, angústias e desespero. Vejo a esperança lá longe... Mas ah... É tão cansativo nadar sozinha... Acontece que... você está na mesma situação, embora numa outra ilha. Cabe a nós nadar.
Contudo, você quase nunca está no meu campo de visão... Quase nunca te vejo na ilha, tampouco no mar. Isso me desespera, pequena. Isso me fazer pensar que o amanhã jamais virá...
Não quero me reduzir a lembranças. Não quero me prender a elas...
Quero revivê-las, reinventa-las e sonhá-las...
Onde anda você?
Não quero mais a saudade, o embrulho no estômago, as noites sem dormir, a mente estagnada...
Onde anda você?
O mundo não é grande o bastante agora, onde possamos nos esconder, não é?
Onde anda você?
Os muros são altos e os obstáculos vários. As vozes podem ser fracas, conquanto que as vontades sejam árduas.
E então eu direi, sem medo quiçá, eu te amo, eu te amo, eu te amo.

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