domingo, 21 de setembro de 2014

over and over again

Difícil é perceber que depois de tanto tempo, meia década aliás, ainda é você. É muito perturbador, para ser sincera, perceber como sempre procuro alguém que tenha algo que me lembre você, como busco por semelhanças e comparações que não se concretizarão nunca, pelo único fato de não ser você.
"Na busca da unidade áurea que perdemos...", sou um Orfeu que é condenado a procurar o que está a sua frente mas é inatingível. Você é minha 'unidade áurea', pequena. E com o decorrer dos anos, acho que serei obrigada a me contentar com um prata, um bronze, cobre talvez... E tenha que aprender a continuar vivendo e convivendo com esse amor guardado no mais luxuoso cômodo do meu coração. Talvez seja esse meu "embrulho" e terei de "carregá-lo comigo". Como diria o Carlos, às vezes é leve, às vezes pesado. Outrora quente, agora frio, constantemente morno que aspira borbulhar. Você é o embrulho indescritível que vou carregar eternamente... porque "eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata".
Pudera ser o destino configurado de "mãos dadas", mas acho que como também ando por caminhos "tortos" com meu "eu retorcido", terei de espiar as "pernas passando", apenas.
O problema é que as pernas passam, algumas ficam por um tempo, mas vão embora... e as suas insistem em cativar meus olhos e lá permanecem, inertes na minha frente, com o ar caótico da constância do infinito. Tudo em você é tão sublime que só mesmo a música e a poesia para te perpassarem. E esses são os únicos [e quem precisa de outros?] meios nos quais temos uma ligação íntima e inseparável, nós nos entendemos por versos e ritmos, nós nos conversamos por abstrações e melodias. E para mim, isso é especialmente eterno e eternamente especial.
"é toda minha vida que joguei".

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