segunda-feira, 4 de julho de 2011

"do you wanna know how I feel?"

Se ao menos nos deixassem inventar. E dar vida à invenção.
Se ao menos nos permitissem [realmente] escolher o que queremos ser.
E se desistíssemos de quem somos para desvendar o que poderíamos ser? Não se engane, ato e potência não são concomitantes. Pelo contrário, [hoje] eles gostam de se anular.

Não podemos encarar a vontade sem que deixemos o senso racional desativado. Assim como não é possível entender e compreender, sem anestesiar o desejo. O que me faz concordar [em partes] com Shakespeare em: "Em nossas loucas tentativas, renunciamos ao que somos pelo que esperamos ser". Em partes porque, dependendo da pessoa, não há perigo, pois esta não arrisca.
E, às vezes, ela nem sabe quem é... Logo não poderia renunciar a algo desconhecido.

E se o mundo não fosse feito de escolhas e arrependimentos? E se não fossemos movidos por ações e consequências?
E se pudéssemos dizer tudo que pensamos, pensar tudo que dizemos ?
E se sofrimento e desamparo fossem sinônimos de opção?

Queria poder me explicar, porém essa coisa presa a mim não me deixa. Essa coisa que não entendo, mas mesmo assim tento controlar. É uma espécie de vontade de não ser, de querer ter, de gritar e chorar, quando posso simplesmente ignorar numa máscara insensata de teatro, revestida de sarcasmo, ironia e indiferença.

I wish I could say that I feel nothing...
But I feel hurt.

Às vezes penso se realmente é necessário, contudo, o pensamento muda quando percebo... É tudo o que tenho, e talvez quem eu seja: essa "coisa" que se enconde em suposições e estórias, que se infiltra em meio a multidão e tenta captar um pouco de tudo, sabendo que não obterá nada inteiramente verdadeiro.

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