domingo, 7 de março de 2010

Epílogo

Como em um epílogo, basta-te escrever o fim das personagens para que sucumba o que não quer mais.
Sempre que quiseres, poderás abrir o livro e o ler. Reviveu as páginas por alguns minutos, assim que se renovou, enveleceu-as de novo. Um processo circustancial, inacabável e completamente egoísta. Quem vos disse que tens o direito de criar e destruir as expectativas, de inventar e desintegrar as vidas personas [que para ti, podem ser irreais]?

Como se não bastasse o ser repugnante, torna-te escrupulosamente poderoso. Simplesmente por criar vidas que não existiam e por fazê-las ser mais importantes que as que aqui existem.

Caro, excelentíssimo, senhor Autor.
Por quê os fazem? Por que os criam? Para depois amassá-los e os arremeçar à cesta do lixo, como se fosse uma brincadeira de criança.
Não entendes que nesse intervalo de tempo, alguem os conhecerá, sim, nesse instante em que percorrem o ar... Alguem, como eu, pode tê-los encontrado.

Tal ponto a sua crueldade chegou, e que se finde hoje, pois não há sentido em reinventar algo que não quer ser reinventado.
Paradigma atônito e irreversível. Virou-te uma indústria, que, agora já não é mais exclusividade sua. Será que por isso, és assim? Ou por ser assim, perdeu-te em si mesmo?

Um comentário:

Anônimo disse...

Devoro-te ao hedonismo circunstancial de uma literatura critica em papel amerelado. Devoro-te, a mordidas e carinhos pelo texto seu.
Devoro-te.