terça-feira, 8 de junho de 2010

a sete chaves

Deixe-me explicar como funciono. [ou pelo menos tentar]
Tenho várias gavetinhas e pseudos cadeados para trancá-las.
Pseudo porque estas, nunca se fecham por inteiro.

Cada pessoa tem uma gaveta, e cada uma delas tem seu dogma. Quando e como vai abrir demais, quase fechar, deixar um vão...

Quanto mais abertas as gavetas, mais exposta eu fico. Logo, mais cuidado teria que tomar. Por mais que sempre tente deixá-las o mais fechado possível, não consigo fazê-lo com total êxito.
Múltiplos motivos para as querer fechadas.

Costumo brigar com o rumo tomado. E, sem cautela, fecho a todo custo. Entretanto, elas abrem de novo, empurro, como quanto empurra uma gaveta lotada de roupas. Nunca fecha de forma apropriada.

Fica aquele vãozinho, uma única frestinha de luz.
Porém, quando a pessoa aparece, a gaveta se esbalda, quanta orgia.
Exatamente aí, nesses segundos, começa o meu problema.

Não era para abrir, tampouco deixar entrar sentimentos falsos e inquietos.
Quero-as fechadas, lacradas, para que nunca mais abram. Se é que me entende...

Sim... Podem me chamar de uma eremita lunática, mas sou assim. É melhor para mim e todos que me cercam. E quando tento mudar, não acontecem coisas boas.
Pelo contrário.
E se pudesse voltar? Voltaria para o dia em que te conheci. E o apagaria.
Arrepender-me-ia, contudo, seria a melhor coisa a fazer.
Tento, insaciavelmente, fechar sua gaveta, a sete chaves. Literalmente.

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