Admito que sofri mais do que imaginava, não por ela... Mas pelas pessoas que ficaram...
Ver meu vô daquele jeito machucava a prepotência de qualquer um.
Pode soar muito clichê, mas realmente, são nesses momentos que você percebe com quem pode contar, quem estará sempre lá. Tanto para aqueles que ficaram o tempo todo, como para aqueles que ligaram o tempo todo.
Talvez até sirva para escolher uma boa definição de amigo, nada precisava ser dito, apenas a presença e o consolo. "Percebe que seu amigo e você podem fazer muitas coisas, ou nada. E ainda sim, passarem bons momentos juntos."-Shakespeare.
Acho que posso mudar meu conceito de que a pior parte é o enterro, notei que a coisa mais horrível, pode ser tirar as coisas, jogar fora, doar, sei lá...
"O quarto do filho que já morreu". Não sei, você percebe que é a última vez...
Nunca mais verá a pessoa, ouvirá... E, de repente, vai sentir medo...
Medo de esquecer... De ir esquecendo, sente medo da insegurança, da instabilidade. Porque de certa forma, quem lhe deixa seguro está completamente frágil e vulnerável. [E sente medo de não sentir nada por quem se foi]
Dá-se conta que isso de fato acontece. E um dia, chegará a vez de pessoas mais importantes...
E pensando cá, acho que fiz bem de ter ido no hospital sexta... Sim, ela estava agonizando de dor, eu estava em pânico, quase morrendo com ela, não consegui ficar o tempo todo lá... Mas foi bom.
Meio que "me livrei" de qualquer pensamento culposo que possa ter.
E humor negro à parte... Chega já! Porque meu nome está ficando popular em caderno de velório! ¬¬
"... mas me senti um pouco talebã" [continuando o título ali ^]